Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
Em um ato precedido por confronto entre militantes petistas e defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva partiu nesta terça-feira (24) em defesa de sua afilhada política após um dos períodos mais longos de afastamento entre os dois. Para o petista, a presidente "não pode dar trela" e deve "levantar a cabeça"ante as investigações do esquema de corrupção na Petrobras. "A nossa companheira Dilma Rousseff tem que deixar o negócio da Petrobras para a Petrobras, a corrupção para o ministro da Justiça ou para a Polícia Federal. A Dilma tem que levantar a cabeça e dizer eu ganhei as eleições", afirmou Lula no evento convocado pela Central Única de Trabalhadores (CUT) e Federação Única dos Petroleiros (FUP) em defesa da estatal, realizado na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio. "Dilma não pode e não deve ficar dando trela, se não a gente fica paralisado", acrescentou. A presença do ex-presidente no evento é sinal de sua volta ao pelotão de frente na defesa do governo. Desde a reeleição, Dilma tem amargado derrotas no Congresso, o que acendeu o sinal amarelo no Palácio do Planalto. Para tentar reverter o placar desfavorável, a presidente buscou se reaproximar de Lula após mais de dois meses sem um encontro privado com o padrinho político. No último dia 12, os dois conversaram reservadamente em São Paulo. Embora organizada por apoiadores do PT e do governo, a manifestação também atraiu dezenas de militantes contrários ao partido. Por isso, meia hora antes do horário previsto para o início do ato, já havia um clima de confronto entre os dois grupos. Segundo a Polícia Militar, cerca de 500 manifestantes se concentravam no início da noite na Avenida Araújo de Porto Alegre, no centro, que teve o trânsito fechado. Enquanto uns xingavam Dilma e clamavam pelo impeachment dela, os defensores do governo diziam que a oposição era "a escória do País". Houve discussões acaloradas e até ovos foram lançados. Em outro momento, um grupo de manifestantes gritava "Olê, olê, olá, Lula, Lula", outros ativistas faziam coro: "Lula ladrão, Lula ladrão".
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